quinta-feira, janeiro 11, 2007

Canto de Iemanjá



Vez por outra me pego aqui,
diante de teus cabelos.
Coisa esquisita!
Não sei porque procurar respostas
para perguntas que não tenho.
Respostas que vão se desfazendo pouco a pouco,
como pegadas na areia,
basta que eu tenha algo na cabeça.
A vida tem dessas coisas minha rainha,
procuramos respostas
na hora que nao temos o que perguntar
e quando temos perguntas nao queremos ouvir
respostas.
Na verdade, acho que venho aqui por tentar.
Quem sabe um dia ouvir o que diz esse salgado mar,
que indiferente, continua a pulsar, ondular e bater,
como se nao tivesse o que explicar.
Ou talvez venha só por vir,
e ouvir o teu canto,
o mais doce.
Canto de Iemanjá.


[Texto: Carlos / Foto: Eu]

:)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Horóscopo.

Novo Trânsito Astrológico

Sol na casa 4, lua na casa 12

No período que vai de 07/01 a 10/01, procure se recolher um pouco mais, Marcela, pois a Lua, justamente na Casa 12, aumenta o potencial de introspecção do Sol, que transita pela Casa 4. A fase é excelente para retiros, meditações, mergulhos de alma. Que tal ficar sem ver ninguém por estes dias? Aproveite para fazer um trabalho de auto-análise, ler, ver filmes, a Lua na Casa 12 favorece muito as idas ao cinema, de preferência só, exercitando assim a sua capacidade de preservar sua individualidade. Este pode ser um período particularmente notável para você trabalhar mais a sua espiritualidade e a sua capacidade de doação. Que tal se voluntariar em prol de alguma causa nobre...

[Leia o Trânsito Completo]

To indo fazer a unha. Em silêncio.

domingo, janeiro 07, 2007

Pergunta

Um amigo me perguntou 'e aí? no que você tem pensado?'.Mas isso faz um tempo. Eu demoro pensando, mal sabe ele. Eu penso em muitas coisas, não dava pra responder à pergunta, oras.
Ele queria ouvir algo que rendesse uma discussão iluminista, ou algo que o valha. Eu poderia responder uma coisa pra ele agora. Agorinha mesmo. Diria que estou muito interessada (e com certa urgência) em entender a reação que eu tenho quando vejo um mendigo, assim, bêbado e sujo, na calçada, onde fica mais baixo que eu. Ou mesmo de pé, me olhando(que é quando incomoda mais). Quando acontece, por aqui, onde não tem muitos, ao encontrar um eu levo um susto. Quebra a rotina. Um mendigo quebra a rotina. Me dá uma angústia. Uma coisa no estômago que se reflete no meu rosto instantaneamente, quando minha boca entorta de tormento. É de querer que não tenha um homem ali com roupas antigas com sujeira antiga. E só não choro porque não sou íntima dele.

Eu to pensando no porquê dessa reação.
e tu? tem pensado no que?

sábado, janeiro 06, 2007

Mario - PROJETO DE PREFÁCIO

Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.


fato.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Rauzito

Nascer horrendo e triste
E cego e louco
Sem mãe, sem pai, sem fé, sem nada
Um pouco de lama abandonado no caminho
Sem ter de meu um gesto de carinho
Nascer assim? Tá bem
Mas nascer livre.

Viver desiludido, abandonado
Viver desconhecido ou desprezado
Beber do ódio sempre o amargo vinho
Viver sem um amor!
Viver sozinho
Viver assim... Tá bem
Mas viver livre.


Morrer sem no momento da partida
Uma lágrima notar mesmo fingida
Morrer... abandonado num caminho
Sem ter de meu um gesto de carinho
Morrer assim? Tá bem
Mas morrer livre.